O Querida Gestante foi criado nos meses iniciais da pandemia como uma iniciativa no Instagram para reunir e publicar cartas, escritas por mulheres, independentemente de serem mães, de apoio e de confiança às gestantes. Para que, através das letras e linhas compartilhadas, fosse possível enxergar a possibilidade de atravessar a gestação com serenidade e leveza mesmo diante de um cenário de incertezas. Durante os anos mais duros da pandemia, nele foram publicadas mais de 140 cartas, vindas de diferentes cidades do país e do mundo – muitas delas escritas pelas próprias gestantes –, as quais deram origem ao e-book Cartas para uma gestante em tempos de pandemia, organizado a partir da seleção das cartas mais lidas e comentadas pelo público.
De lá para cá, muita coisa evoluiu e se transformou: os bebês gestados antes e durante a pandemia foram nascendo e as mulheres viram o canal como um espaço seguro e acolhedor para contarem também suas histórias sobre parir e vivenciar o puerpério na pandemia. Essas partilhas passaram a ser registradas na série #puerperionapandemia, que permaneceu ativa entre outubro de 2020 e março de 2022, quando foi interrompida para se transformar em livro – Histórias sobre gestar, parir e se enxergar mãe em tempos de pandemia (em processo de publicação).
Ator e testemunha de seu tempo o Querida Gestante tem se firmado, desde então, como um projeto multiplataforma pensado para dar espaço e escuta a história de mães e mulheres, fortalecer suas vozes e o resgate e o registro da memória e da história feminina, especialmente na travessia de tornar-se mãe.
Nutrem esse propósito: conteúdos autorais, com convites à escrita livre e criativa como recurso para as mulheres se ouvirem e se cuidarem; a pesquisa, a curadoria e a divulgação de textos escritos por mulheres-mães escritoras, com a organização de lives com as autoras; a criação e a produção de séries temáticas com participação das próprias seguidoras do canal; a criação de encontros e vivências para gestantes e puérperas com foco na escrita e outras práticas expressivas e corporais; a colaboração espontânea das mulheres, seja por meio do envio de cartas, textos ou outros tipos de interação e partilha, a idealização e a produção de e-books, livros e outras mídias/estratégias narrativas.
O que floresce nessa caminhada é um mosaico de diferentes visões, sensações, palavras, significados, reflexões e diálogos possíveis sobre maternidade, maternar, puerpério, gestação, ser mãe, ser mulher, amor materno, parir, cuidar, amamentar.
Esse é também um caminhar que tem como norte a crença de que a maternidade pode ser vivida como um salto potente e criativo para as mulheres se tornarem protagonistas das suas vidas, se apropriarem dos seus caminhos e (re)escreverem suas próprias histórias, fortalecendo suas vozes e seus lugares de fala.